
Adão é um cidadão comum a tantos outros de Campo Mourão. A diferença é que ele decidiu colaborar com a comunidade. Não tem salário e, ainda, o que recebe divide com os que nada tem. Natural de Iretama, chegou há quase 30 anos, quando passou a trabalhar como encarregado do setor de tinturaria de uma confecção. Mas antes de conhecer Deus, os demônios atravessaram seu caminho.
Já em Campo Mourão, passou a morar com os dois irmãos mais novos. Um deles se perdeu nas drogas e o outro, acabou tornando-se um traficante. Uma combinação perfeita do mal. Vendo a família desunida e a constante presença da maldade, decidiu orar e pedir uma benção ao criador. O fardo das drogas estava tão pesado que um dos irmãos chegou a cravar uma faca em seu peito. Não morreu por pouco. Sentindo que podia ajudar, passou a pregar a palavra de Deus. Virou pastor e logo salvou os dois irmãos. Hoje, eles estão livres, trabalhando e ganhando o pão de cada dia. O bem prevaleceu.
“A resposta de Deus é a recuperação de cada uma das pessoas que por aqui andaram”, diz. Adão conta que já acolheu de tudo um pouco, como mendigos, travestis, jovens, velhos, homens e mulheres. São histórias tristes, quase inimagináveis. Mas um retrato fiel do país. Uma realidade pouco mostrada, escondida por governos que desejam revelar apenas o lado bom do Brasil: o samba e o futebol.
Em 12 anos de trabalho resgatando vidas, Adão já recebeu na sua acolhida cerca de 600 pessoas. A maioria se recuperou. Seu trabalho é também pouco divulgado, embora necessário. Vive de doações, apenas disso. Alimentos, dinheiro, colchões, roupas são sempre bem vindos. Mais recentemente, a prefeitura cedeu um terreno de utilidade pública, em sistema de comodato. Lá, no Lar Paraná, ele construiu a edificação da Comunidade Salvando Vidas. É tudo muito simples. Um refeitório, o quarto com beliches, e um cantinho à sua rádio web. É através dela que suas mensagens e testemunhos rodam o Brasil. Além disso, em sua igreja desenvolve um trabalho com pessoas em situação de rua. Cerca de 120 marmitas são distribuídas durante as noites, semanalmente.
Ao contrário do que se possa imaginar, Adão não é um pastor convencional. Não anda com terno e gravata. Não coloca a Bíblia sob o braço. Trata-se de um sujeito normal. Gente como a gente. Barbudo e baixinho, tem admiração de todos ali. E o respeito, acima de tudo. Fazer o bem, ainda tem seus méritos. E ele sabe disso.
SERVIÇO: Doações no contato (44) 99989-8973
Deixe seu comentário
Voltar